Mesmo com a reforma da Previdência, que prevê regras mais duras para se aposentar, os planos de previdência privada não tiveram aumento na procura. A expectativa era que houvesse neste ano uma “corrida” pela aposentadoria privada, mas o número de adesão ficou estagnado.
Em maio, foram registrados 13,2 milhões de participantes dos planos, enquanto que, no mesmo perído de 2015, eram 13,4 milhões.
De janeiro a maio, as contribuições somaram R$ 45,7 bilhões, resultado 3,7% superior aos cinco primeiros meses de 2018, quando totalizaram R$ 44,0 bilhões. Os planos fecharam o mês de maio com R$ 873,1 bilhões em reservas, volume 11,0% superior registrado no mesmo período do ano anterior.
“Um dos fatores é que a atividade econômica continua desfavorável. Além disso, desemprego e redução da renda do trabalhador influenciam no mercado”, afirma o economista Gilvan Cândido, professor do MBA em previdência complementar da FGV.
Para o professor, é fundamental a retomada da econômica para que o mercado possa recuperar o ritmo de crescimento. Outro ponto é a reforma da Previdência, um dos pilares para desenvolvimento, com a redução de gastos públicos e a retomada dos investimentos.
A reforma poderá trazer mudanças para os mercados, com empresas aderindo a planos de previdência privada, assim como entidades de previdência suplementar de servidores públicos.
As mudanças nas regras da aposentadoria vão ampliar a necessidade de que as pessoas avaliem a contratação de planos de previdência. Especialistas avaliam como imprescindível a realização de um planejamento com a máxima antecedência.
Modalidade
Dos 13,2 milhões de participantes com planos de previdência, 10,1 milhões são de planos individuais e 3,1 milhões com planos coletivos (oferecidos em forma de benefícios aos colaboradores, e planos contratados por sindicatos e associações de classes para adesão de seus associados). O total representa hoje 6,27% da população.
A modalidade individual respondeu por R$ 40,1 bilhões das novas contribuições, os planos para menores por R$ 740 milhões, e os planos coletivos registram R$ 4,8 bilhões em novas contribuições.
Em relação às famílias de produtos, segundo a FenaPrevi, o VGBL recebeu R$ 41,6 bilhões e o PGBL R$ 3,7 bilhões dos aportes. Já nos planos tradicionais, as contribuições foram de R$ 300 milhões.
“A trajetória de juros baixos tem exercido forte influência na estratégia de alocação das reservas dos planos de previdência privada pelos participantes, que estão buscando fundos de maior risco e rentabilidade”, avalia Jorge Nasser, presidente da FenaPrevi.
Fonte: https://noticias.r7.com/economia/previdencia-privada-fica-estagnada-mesmo-com-a-reforma-18072019